quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Charlie e Lola

A Editora Ática tem publicado os livros dos personagens Charlie e Lola, criados pela inglesa Lauren Child, geralmente traduzidos por Lavínia Fávero, que tem o cuidado de manter o tom original. Há especialmente oito livrinhos, que chamam a atenção por serem bastante simples e ao mesmo tempo muito bonitos, divertidos e informativos. Impressos em papel-cartão, o que confere maior durabilidade, e com bordas arredondadas, mais seguras para o manuseio da criança, cada livro contém 12 páginas (incluindo as capas) com os divertidos irmãos apresentando alguns temas bastante importantes para o desenvolvimento infantil. Com traços que lembram o desenho que a própria criança produz e com colagens de tecido que dão um tom ainda mais alegre, as crianças aprendem os temas propostos, têm sua sensibilidade artística estimulada, e ainda são instigadas a criar, já que elas se sentem confiantes e confortáveis pela proximidade entre o seu traço e o da autora. O texto, geralmente uma palavra ou frase curta, e a imagem casam muito bem, fazendo com que a criança associe a imagem ao que está escrito de forma intuitiva sem ter de ler a maior parte das páginas para compreender o que está sendo mostrado. Os oito temas são: Cores, Roupas, Números, Animais, Coisas, Ações, Opostos e Formas. Legais de se ter em casa, levar para a escola e ler na biblioteca. Mais indicados para crianças de até 5 anos (Educação Infantil).
Cada um custa R$ 21,90.


Sugestões de atividades




Deixe a criança manusear o livro livremente. Se ela parar em alguma página pergunte a ela qual é a cor em questão, apontando para a cor e dizendo “Que cor é essa?”. Se ela souber a resposta, passe o dedo sob a palavra, pronunciando o nome da cor pausadamente. Se ela não souber de qual cor se trata, então diga a ela fazendo o mesmo gesto: passando o dedo embaixo da palavra e pronunciando pausadamente. Se quiser, pode explorar outros elementos da página em questão, perguntando a ela o nome dos objetos, ou o que os personagens estão fazendo, por exemplo. Depois de fazer isso com a página escolhida pela criança, ela mesma vai seguir para a próxima página ou vai querer voltar para a primeira, esperando que você faça o mesmo com todas elas. Ao passar novamente pela página que tinha sido escolhida inicialmente por ela, você não vai precisar dizer nada, pois a própria criança dirá o nome da cor, ou até mesmo passará o dedo sob a palavra e falando em voz alta para te mostrar. Mas lembre-se que o propósito aqui não é fazer com que a criança aprenda a ler, mas que ela reconheça a cor, saiba nomeá-la e adquira a consciência da existência de um sistema de representação escrita.

Se tiverem tempo e gostarem de atividades artísticas, os pais também podem estimular seus filhos a desenhar e pintar com as cores mostradas no livro, usando lápis de cor, giz de cera, ou até mesmo guache, pois este permite que as cores sejam misturadas, como acontece no final do livro, em que a Lola junta as cores e faz o marrom.






Deixe a criança manusear o livro livremente. Se ela parar em alguma página, pergunte a ela qual é a peça de roupa em questão, apontando e dizendo “O que é isso?”. É quase certo que ela saberá a resposta; então, passe o dedo sob o nome da roupa e pronuncie pausadamente. Se ela disser outro nome para a mesma peça de roupa, por exemplo, se estiver escrito “gorro” e ela disser “touca”, você deve dizer “Isso mesmo; é uma touca; que também pode ser chamada de gorro”; então, repita o procedimento: passe o dedo sob a palavra, pronunciando pausadamente. É provável que a criança queira ir para o começo do livro e percorrer página por página. Repita o procedimento para cada uma delas, sempre deixando a criança confortável para dizer o que deseja, sem forçá-la a “acertar”.
Se a criança já souber cores, você pode perguntar a ela de que cor é tal peça de roupa. Você pode também explorar outros elementos presentes em cada página, perguntando à criança o nome dos outros objetos ou o que os personagens estão fazendo.

Se gostar de atividades artísticas e dispuser de tempo, você pode desenhar algumas peças de roupas e recortá-las, ou simplesmente recortar de revistas ou até mesmo recortar alguns tecidos no formato de peças de roupas (como faz a Lauren Child com as roupas dos irmãos), e ajudar a criança a fazer colagens e pedir para que ela complete a figura humana, desenhando a cabeça, as mãos e os pés, por exemplo.


Sempre deixe a criança manusear o livro, isso é importante para que ela se sinta à vontade diante dele. Não importa se ela vai começar pela primeira página ou vai abrir em qualquer uma. Este livro ensina a contar até 10. Cada página tem um número e determinado objeto na quantidade especificada pelo número. Portanto, não importa a página em que ela comece, você irá perguntar a quantidade do objeto em questão, por exemplo: “Quantas canetinhas tem aqui? Vamos contar?”. Comece a contar junto com ela, apontando uma por uma, até chegar na quantidade em questão. Quando acabar de contar junto com ela, passe o dedo sob o número e a palavra, pronunciando pausadamente. Faça a mesma operação com cada página que a criança abrir.
Você ainda pode explorar o livro de outras maneiras, de acordo com o que a criança já sabe, perguntando as cores, o nomes das peças de roupas, dos objetos, ou o que os personagens estão fazendo.



Se desejar, pode sair pela casa contando alguns objetos em um número menor do que 10. Você pode usar os lápis de cor ou mesmo canetinhas e meias, como aparecem no livro, brinquedos e o que mais achar divertido.




Em cada página que a criança abrir, ela vai encontrar uma ação diferente praticada pelos irmãos. Você passará o dedo sob a palavra em questão, pronunciando-a pausadamente. Depois de pronunciar, você vai perguntar: “O que a Lola (ou o Charlie) está fazendo?”. Deixe que ela responda o que vier à mente, sem dizer a ela se está certo ou errado, mas é mais provável que ela use a mesma palavra que você acabou de pronunciar. Se ela responder algo diferente, mas relacionado ao que está escrito, responda: “Sim, e o que mais?”; se ela ainda responder algo diferente, mas relacionado, diga: “Sim, mas ela também está (pulando)”.

Você ainda pode explorar outros elementos do livro, de acordo com o que a criança já sabe, como as cores, os animais ou as peças de roupas.




Com este livro a criança vai aprender a noção de contrário. O procedimento para a atividade é parecido com o proposto para o livro Ações. Na página em que a criança abrir, você passará o dedo sob a palavra e pronunciará pausadamente e então fará uma pergunta relacionada à palavra ou dirá alguma coisa para chamar a atenção da criança para o sentido proposto pela palavra, como, por exemplo, “Aqui tem muita ervilha e aqui tem pouca”. 

Como nos outros livros, você também pode explorar outros elementos como as cores, as peças de roupa, os objetos, etc.


Este livro vai ensinar alguns adjetivos para os pequenos. Obviamente, você não precisar explicar para eles a noção de adjetivo, nem sequer usar essa palavra. O que você pode fazer é passar o dedo sob o que está escrito em cada página e pronunciar pausadamente. A criança vai relacionar imediatamente o que você está dizendo ao que está na página. 

Como nos outros livros, você pode explorar os outros elementos, como cores, roupas, objetos, etc.


Deixe a criança abrir em qualquer página e pergunte a ela “Que animal é esse?”. É muito provável que ela saiba responder o nome de todos eles. Se ela não souber o nome de algum, você pode dizer a ela. Explore bastante cada página, fazendo perguntas sobre os elementos que aparecem nela, como cores, roupas, objetos, o que eles estão fazendo, etc. Depois que a criança já explorou bem o livro, então conte para ela o que está escrito em cada página. Este livro contém frases mais longas do que os outros, então você vai ter de trabalhar como se estivesse contando uma história.


Você acha que seu filho é ainda muito pequeno para aprender formas geométricas? Bem, não vai achar mais depois que der uma olhada nesse livro. Talvez você tenha alguma dificuldade para falar sobre isso com o seu pequeno, mas ele vai reconhecer as formas que verá e, depois de contar para ele como se chamam cada uma delas, pode sair pela casa perguntando “Que forma é essa?” e você vai se surpreender com a capacidade de aprendizado e abstração que as crianças têm.


Não, não, não:

- Se o seu filho se desinteressar pela atividade ou pelo livro, não o force nem se mostre decepcionado ou irritado. Crianças mais ativas geralmente não ficam muito tempo concentradas numa atividade só. Se você se mostrar irritado ou decepcionado, é provável que ele não queira mais fazer esse tipo de atividade com você, pois ele vai entender que você pode ficar triste se ele mudar de ideia durante qualquer leitura e ele não quer isso. Se você forçá-lo, vai tornar uma atividade de lazer e diversão numa obrigação. Lembre-se, é por isso que muita gente não gosta de ler ou ir para a escola, porque elas encaram a leitura e o aprendizado como obrigação. Respeite o tempo do seu filho, mas nunca deixe de estimulá-lo. Você pode sugerir o livro num outro momento ou esperar que ele mesmo peça para voltar ao livro outra hora.

- Lembre-se: o propósito dessas atividades não é ensinar a criança a ler, portanto, não exija isso dela, em hipótese alguma, durante a atividade. Se você exigir qualquer coisa que esteja além da capacidade dela nesse momento e ela não conseguir realizar o que você pediu, isso vai causar uma sensação de frustração na criança e pode desestimulá-la.

- Se mostre contente toda vez que ela se sair bem nas atividades, mas nunca demonstre descontentamento ou decepção se ela não conseguir fazer o que você estiver pedindo.  Tente sempre contornar a situação com bom humor e carinho.



Não se esqueça, quanto mais estimulamos a criança a aprender, maior se torna a capacidade que ela tem de aprendizado. É isso. Espero que você e o seu filho se divirtam muito com os irmãos Charlie e Lola e com as atividades propostas. Se quiser, deixe algum comentário, pergunta ou me conte se as atividades deram certo pra você e seu pequeno. Ah, e não se esqueça de que, com alguns ajustes aqui e ali, elas podem servir para outros livros também! Divirtam-se!



Ah! se quiserem conhecer outros livros dos irmãos Charlie e Lola publicados pela Ática, visitem:
http://www.atica.com.br/


E se quiserem conhecer mais sobre os irmãos Charlie e Lola e sua criadora Lauren Child, visitem:
http://www.charlieandlola.com

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Texto de abertura do blog

Crianças gostam de coisas coloridas, principalmente aquelas crianças bem pequenininhas ainda, por volta dos 3 aninhos. Elas adoram manusear as coisas e algumas ainda gostam de levar tudo à boca. Às vezes até parecem querer testar a resistência das coisas! Puxando, rasgando, mordendo e às vezes até deixando um punhado de baba sobre o que quer que seja. Sabendo de tudo isso, os pais mantêm alguns objetos distantes da criança (não somente aqueles que representam algum perigo para os pequenos, o que é recomendável). Certamente, há aqueles que representam perigos reais à saúde e bem-estar da prole e que devem mesmo ficar bem longe e bem guardados, mas também há aqueles outros que os pais mantêm longe porque não querem que os filhos os estraguem. Um bom exemplo disso são os livros. E, adivinhem, crianças parecem ter fixação por eles. Bem, os pais geralmente têm de trabalhar e cuidar de um montão de coisas e na maior parte das vezes não têm tempo para ler. Mas é só abrir um livro que a criança vem de mansinho ou toda serelepe para espiar as páginas do que você está lendo. Se o livro tiver imagens, então, ela vai querer ver, perguntar, pegar, aí o sossego acaba e o seu momento de leitura também. Errado! Afastar a criança da sua leitura porque ela está atrapalhando é um dos erros mais comuns e uma das atitudes corriqueiras que a gente toma sem pensar e que acaba por afastar os pequenos dessa atividade. Livros não são exclusividade da escola, muito menos dos adultos! O ideal é que eles façam parte do cotidiano dos pais e dos pequenos igualmente. É evidente que você não vai querer que seu filho babe sobre as delicadas páginas de uma edição de Machado da Nova Aguilar, que além de sensível é caríssima.  Para que você desfrute de seu momento de leitura e não tenha que dar bronca no seu filho ou se esconder dentro do quarto ou mesmo deixar de ler, seria interessante que você compartilhasse com seu filho esse momento, e isso não significa que você vai obrigá-lo a ouvir Ulisses do Joyce ou que ele ficará do seu lado te observando virar as páginas do livro a cada três minutos. Compartilhar esse momento com seu filho significa que será um momento de leitura prazerosa para ambos. Se você quiser, pode ler uma história para ele, sem dúvida, mas aí é você que está se privando da sua leitura. Há momento para tudo; claro que é gostoso ler para os filhos e eles também adoram, mas há outra maneira de você poder ler o que bem quiser e ainda compartilhar esse momento com ele. Ah, seu filho tem apenas 3 aninhos e, portanto, não sabe ler, o que o torna totalmente dependente de você. Errado de novo! Há muitos livros no mercado que dispensam totalmente ou parcialmente a necessidade de você ler para seu pequenino. Mesmo que ele não saiba ler, os livros infantis são recheados de ilustrações e captam a atenção e curiosidade das crianças, muitas vezes sem a necessidade de você contar qualquer história. Eventualmente você pode ler o livro para seu filho e ele vai querer folheá-lo muitas vezes, relembrando a história ou ainda imaginando uma outra. Há ainda os livros que não trazem uma história, mas são do tipo ‘informativo’ (como se os outros não o fossem); esses são livros que ensinam a contar, estimulam o raciocínio associativo, o reconhecimento de objetos, animais, cores, entre outras coisas aguçam a imaginação e, se trazem palavras ou frases curtas associadas à imagem, mesmo que o seu filho não saiba ler, o ajudam a ir se familiarizando com a forma das letras e dos números, que no fim das contas, também são imagens. E claro, isso vai facilitar horrores a atividade didática do professor num futuro não tão distante assim. Espero com esse blog contribuir para que você e seu filho sejam leitores felizes para sempre.